SEMINÁRIO DA DISCIPLINA DE LABORATÓRIO DE ENSINO DA FILOSOFIA
FILOSOFIA
Alunos em Graduação curso ofertado pela Universidade Federal do Espirito Santo- UFES
Quem somos

- Ana Elisa,Diego, Modesto, Nivaldo e Valquiria
- Santa Teresa ES, UFES POLO UAB , Brazil
sexta-feira, 30 de setembro de 2016
quinta-feira, 29 de setembro de 2016
Autor
Santo Agostinho
Santo Agostinho nasceu em Tagaste, norte da África, no dia 13 de novembro do ano 354. Filho de Patrício e de Santa Mônica. Santo Agostinho foi um grande retórico, um grande filósofo cristão, viveu em um período bastante conturbado, no qual Roma experimentava a destruição do seu Império. Por este motivo, os cristãos ou não-cristãos (pagãos), acusavam o cristianismo como sendo o responsável pelas calamidades acontecidas contra o império.
Um dos grandes santos da fé católica, Agostinho produziu, segundo ele próprio,230 obras. As mais conhecidas são sua autobiografia, “As Confissões” em que narra sua vida pecaminosa e a descoberta de Deus, e a Cidade de Deus, sua descrição do reino divino. Agostinho nunca foi casado mais teve um filho Adeodato, nascido em 384, a quem Agostinho não negou a Paternidade.
O grande “mestre” combateu com todas as suas forças as heresias de seu tempo, expressas no maniqueísmo, no Donatismo, no Arianismo e no Pelagianismo. Ele tem sido lembrado e respeitado no decorrer da história do Cristianismo, não somente porque a sua filosofia e sua teologia foi à abertura para o cristianismo do medievo, como também o fato de sua vida ter sido alvo de um testemunho de piedade cristã.
Depois de muito tempo longe de sua cidade Natal ,resolve voltar a Tagaste, para morar com seus amigos, e entregar-se inteiramente ao serviço de Deus por meio da oração e o estudo. Mas no ano 391, de visita na cidade de Hipona, é proclamado sacerdote pelo povo e ordenado padre pelo bispo Valério. Quatro anos depois é consagrado Bispo da cidade, daí o nome de Agostinho de Hipona.
Agostinho morreu no dia 28 de agosto do ano 430 e seus restos, depois de longa peregrinação descansam na cidade de Pavia, no norte da Itália.
Santo Agostinho foi autor de uma extensa obra filosófica e teológica, incluindo comentários exegéticos ao Antigo Testamento, tratados doutrinários como A doutrina cristã e A trindade, além de diálogos de inspiração platônica como Sobre o mestre.
Em sua formação intelectual, Agostinho despertou primeiramente para a Filosofia com a leitura de Cícero[1]·. Posteriormente, deixou-se influenciar pelo maniqueísmo, doutrina persa que afirmava ser o universo dominado por dois grandes princípios opostos, o Bem e o Mal, mantendo uma incessante luta entre si.
Nesse período, entrou em contato com o ceticismo e, depois, com o neoplatonismo, movimento filosófico do período greco-romano, desenvolvido por pensadores inspirados em Platão, que se espalhou por diversas cidades do império romano, sendo marcado por sentimentos religiosos e crenças místicas. Uma das principais correntes da filosofia patrística, inspirada na filosofia greco-romana, tentou munir a fé de argumentos racionais, ou seja, buscou a conciliação entre o cristianismo e o pensamento pagão. Logo, destaca-se figura de Santo Agostinho e a influencia da filosofia platônica.
[1]Cícero (106-43 a.C.): orador e politico romano que se inspirou no ecletismo – a busca de um acordo entre os ensinamentos das escolas platônica, aristotélica, hedonista...
Fonte de Pesquisa.
MARCONDES, Danilo. Textos básicos de filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999.
Santo Agostinho
Santo Agostinho nasceu em Tagaste, norte da África, no dia 13 de novembro do ano 354. Filho de Patrício e de Santa Mônica. Santo Agostinho foi um grande retórico, um grande filósofo cristão, viveu em um período bastante conturbado, no qual Roma experimentava a destruição do seu Império. Por este motivo, os cristãos ou não-cristãos (pagãos), acusavam o cristianismo como sendo o responsável pelas calamidades acontecidas contra o império.
Um dos grandes santos da fé católica, Agostinho produziu, segundo ele próprio,230 obras. As mais conhecidas são sua autobiografia, “As Confissões” em que narra sua vida pecaminosa e a descoberta de Deus, e a Cidade de Deus, sua descrição do reino divino. Agostinho nunca foi casado mais teve um filho Adeodato, nascido em 384, a quem Agostinho não negou a Paternidade.
O grande “mestre” combateu com todas as suas forças as heresias de seu tempo, expressas no maniqueísmo, no Donatismo, no Arianismo e no Pelagianismo. Ele tem sido lembrado e respeitado no decorrer da história do Cristianismo, não somente porque a sua filosofia e sua teologia foi à abertura para o cristianismo do medievo, como também o fato de sua vida ter sido alvo de um testemunho de piedade cristã.
Depois de muito tempo longe de sua cidade Natal ,resolve voltar a Tagaste, para morar com seus amigos, e entregar-se inteiramente ao serviço de Deus por meio da oração e o estudo. Mas no ano 391, de visita na cidade de Hipona, é proclamado sacerdote pelo povo e ordenado padre pelo bispo Valério. Quatro anos depois é consagrado Bispo da cidade, daí o nome de Agostinho de Hipona.
Agostinho morreu no dia 28 de agosto do ano 430 e seus restos, depois de longa peregrinação descansam na cidade de Pavia, no norte da Itália.
Santo Agostinho foi autor de uma extensa obra filosófica e teológica, incluindo comentários exegéticos ao Antigo Testamento, tratados doutrinários como A doutrina cristã e A trindade, além de diálogos de inspiração platônica como Sobre o mestre.
Em sua formação intelectual, Agostinho despertou primeiramente para a Filosofia com a leitura de Cícero[1]·. Posteriormente, deixou-se influenciar pelo maniqueísmo, doutrina persa que afirmava ser o universo dominado por dois grandes princípios opostos, o Bem e o Mal, mantendo uma incessante luta entre si.
Nesse período, entrou em contato com o ceticismo e, depois, com o neoplatonismo, movimento filosófico do período greco-romano, desenvolvido por pensadores inspirados em Platão, que se espalhou por diversas cidades do império romano, sendo marcado por sentimentos religiosos e crenças místicas. Uma das principais correntes da filosofia patrística, inspirada na filosofia greco-romana, tentou munir a fé de argumentos racionais, ou seja, buscou a conciliação entre o cristianismo e o pensamento pagão. Logo, destaca-se figura de Santo Agostinho e a influencia da filosofia platônica.
[1]Cícero (106-43 a.C.): orador e politico romano que se inspirou no ecletismo – a busca de um acordo entre os ensinamentos das escolas platônica, aristotélica, hedonista...
Fonte de Pesquisa.
MARCONDES, Danilo. Textos básicos de filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999.
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia. Ed.,Saraiva.
quarta-feira, 28 de setembro de 2016
O problema do mal
O problema do mal
Em sua vida e suas obras, Agostinho teve um embate muito grande com a questão do bem e do mal. A Igreja de seu tempo discutia questões de ética permeados por esses conceitos que estavam influenciados por outras tradições religiosas de seu tempo.
Um desses grupos religiosos é o maniqueísmo, religião fundada por Mani que viveu entre os anos 216 a 277 d.C. O maniqueísmo foi difundido em grande proporção e, em partes, tinha similaridades com o cristianismo. Mani foi um sacerdote de origem síria que reuniu elementos de várias religiões orientais onde afirmava que o Bem e o Mal eram dois princípios que governavam o Universo. Estes dois princípios eram representados pela Luz e pelas Trevas que estavam em constante estado de combate como forças equivalentes.
Agostinho também teve uma vivência nessa religião. Mas depois de sua conversão ao cristianismo, ele passa a combater o maniqueísmo. Com influência platônica, ele defende que o mal é a ausência do Bem. Ele parte do princípio de que Deus é bom. E se Deus é bom e tudo aquilo que ele fez também é, como poderia ter criado o mal?
Agostinho passou muito tempo da sua vida refletindo três questões:
1. Por que o mal existe?
2. O que é o mal?
3. Como Deus se relaciona com tudo isso?
Diante dessas perguntas, ele chega à conclusão de que Deus é o bem supremo e acima Dele não há outro. O mal seria somente a carência, a imperfeição e a ausência do Bem.
Então, se Deus não criou o mal, quem é o seu criador? Agostinho entende que é o homem que nega a bondade e realiza o que é mal. Nele está a raiz do mal. Enquanto que Deus é, o mal não-é. O mal está na vontade do homem que o leva ao pecado. Se fomos criados para amar (o que é da vontade de Deus), quando não amamos estamos nos afastando da vontade de Deus. Logo, esta é uma vontade humana e não de Deus. É a vontade do homem que faz ele pecar dentro da sua liberdade. Vontade e liberdade caminham lado a lado no homem e essa vontade pode levar para o bem ou para o mal. O pecado acontece quando saímos de nossa natureza que foi feita para o Bem. Tudo o que não é bom e não é certo, é o não-é. Logo, isso não é criação de Deus. No fundo ele não existe porque não foi feito por Deus.
Agostinho entende que todo o mal vem do pecado original em Adão e Eva no relato bíblico do livro de Gênesis. Com a escolha do primeiro casal todo o sofrimento, doenças, corrupção e dores são parte da vida humana. Tudo isso não existia na criação de Deus. Quando optou decidir por ser Deus, o mal entrou no mundo.
Agostinho reflete a existência humana sob três aspectos:
1. O existir: a pedra existe, mas não vive e não entende.
2. O viver: o cachorro existe, vive, mas não entende.
3. O entender: o ser humano é aquele que existe, que vive e entende.
Deste modo, somente o ser humano tem a capacidade de entender e buscar a Deus e o que é certo. Se na criação fomos feitos por Deus para o bem, então teremos que lutar para encontrar o que é certo. Nós recebemos uma pré-informação do que é certo. Por isso, é preciso buscar mais conhecimento para entender o que é certo. É um compreender para crer em Deus.
Assim, a origem do mal está no livre arbítrio do homem. Mas diante disso, surge uma outra questão: será que o livre arbítrio não é o mal para o homem se é por meio dele que pecamos? Na concepção de Agostinho, vontade e liberdade são coisas boas que nos foram deixadas por Deus. É o homem que faz um uso errado delas. Exemplo: A mesma mão que acaricia, também pode machucar e até matar. Em última instância é o homem que decide. Decide ter ou não ter fé. Se sou obrigado a amar, este amor é puro? Quando a liberdade é tirada desaparece o livre arbítrio. Deus deu a liberdade e a vontade como algo bom porque Ele é infinitamente bom. Foi unicamente o homem que decidiu não fazer e praticar o bem diante de Deus, optando, então, pelo mal.
Fonte de Pesquisa.
MARCONDES, Danilo. Textos básicos de filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999.
A Importância de sua obra na História da Filosofia
Obra Confissões
Segundo Marcondes, 1999 a obra, Confissões, foi escritas entre 397 e 401, nela, Agostinho apresenta um relato biográfico de sua experiência, desde o desregramento de sua juventude, a influencia de sua mãe Mônica, que era cristã, até o encontro com Ambrósio e a conversão ao cristianismo. Ao mesmo tempo a obra reflete sobre temas centrais da filosofia, como a natureza do Bem e do Mal, a questão da linguagem, o problema do conhecimento, a relação do homem com Deus. “Trata-se de uma obra em estilo confessional, pode-se dizer mesmo quase existencial, dada a ênfase em sua experiência pessoal, em sua vivencia dos problemas que distingue.”
Fonte de Pesquisa.
MARCONDES, Danilo. Textos básicos de filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999.
quinta-feira, 16 de junho de 2016
Ciência clássica e paradigmas não clássicos da ciência: O significado das qualidades secundárias na natureza
Semana 6
O conhecimento que temos do mundo está baseado nas experiências que fazemos. Porém, precisamos fazer uma distinção entre o que é uma qualidade primária e o que é uma qualidade secundária.
As qualidades secundárias estão baseadas nas experiências que temos com as coisas ao nosso redor. São as sensações que temos daquilo que é uma propriedade do real. Nesse real está contido o conhecimento científico; é o lugar onde está a realidade primária das coisas. Esse conhecimento é alcançado pelo intelecto que nos dá a conhecer o mundo e compreender os seus movimentos. A partir daí realizam-se as experiências sensoriais que vem a ser o atomismo de onde compreendemos o mundo através do intelecto.
Porém, não podemos reduzir o “ser” à “aparência” da realidade. É nesse ponto que entra a ciência com a sua investigação para compreender a realidade além das aparências, além das nossas mentes e supostamente está fora dela. É a relação entre “realidade” e “aparência”.
A ciência clássica é caracterizada pelo encontro que existe entre o homem e a natureza. Nesse encontro a matemática buscou a representação da natureza como um conjunto de leis que estão dentro de uma ordem regular. As descobertas científicas conferem um novo sentido e descobrem a linguagem desta natureza. Esta linguagem se dá numa estrutura que está ordenada de forma regular como num relógio. Essa natureza tem leis que seguem regras matemáticas numa ordenação que se dá em dois pontos: programação (tempo) e regulação (movimento). Esse teria sido o princípio que norteou a Criação Divina e que foi implementado nas máquinas inventadas pelo homem.
Neste ponto, as qualidades secundárias são vistas como o efeito dos nossos sentidos em relação àquilo que é primário. Por primário entende-se o que é inerente aos corpos físicos como número, tamanho, movimento ou repouso. É aquilo que não pode ser separado do objeto pelo nosso pensamento. Já as qualidades secundárias provêm das experiências que temos com as qualidades primárias, como cor, som, sabor, sensação... Galileu vê essas qualidades apenas como nomes que, além da experiência sensorial ou mental, não dizem nada. Existem somente no corpo que o sente. Por esse motivo, não podem figurar no domínio matemático da natureza. Somente as qualidades primárias permanecem, mesmo que o homem deixe de existir. É o mundo real que continua existindo fora do homem e que, matematicamente, segue seu curso independente de nossos sentidos.
LÓGICA MATEMÁTICA
Semana 5
Autores da renovação da lógica depois de Aristóteles:
George Boole (1815-1864)
Auguste de Morgan (1806-1871)
Charles Sanders Peirce (1889-1914)
Gottlob Frege (1848-1925)
Bertrand Russel (1872-1970)
Ludwig Wittgenstein (1889-1951)
O surgimento da lógica matemática determinou fortemente o pensamento contemporâneo. Novas teorias possibilitaram a atividade intelectual em buscada verdade. A metafísica tradicional ganha novos contornos e a lógica passa a direcionar o pensamento científico a partir de um método por onde se chega aos resultados.
Entre todos esses pensadores, Gottlob Frege é o que tem grande destaque. Frege concebia em suas teses que a verdade matemática possui uma linguagem artificial e sintética que permite emitirmos as nossas capacidades intelectuais. Essas verdades, por sua vez, fazem com que tenhamos um raciocínio seguro que vai além das palavras da lógica clássica e da linguagem natural herdada da tradição filosófica. Com isso, Frege inaugura uma nova forma de matemática quase que independente da capacidade humana de obter conhecimento dela.
A crítica de Frege é a subordinação da lógica clássica aristotélica à linguagem natural com toda a sua estrutura gramatical em sujeito e predicado. Esta está baseada nos silogismos compostos em três proposições, sendo as duas primeiras as premissas e a última a conclusão. Em seu lugar, ele introduz as noções de função (no lugar de predicado) e argumento (no lugar de sujeito). Junto a esses termos, Frege também faz uma distinção entre conceito (como predicado) e objeto (como sujeito). O conceito faz referência ao objeto que pode ser um pensamento, um argumento e nunca uma função como um lugar vazio que precisa ser preenchido.
Frege também estabelece uma distinção entre sentido e referência. É aquele exemplo que já tivemos no período passado onde ele usa o exemplo do planeta Vênus (referência) e os seus vários sentidos (estrela da manhã, estrela da tarde).
Para não cair em erros, Frege quer estabelecer um conjunto de sinais escritos que sejam permanentes e imutáveis. O mesmo não acontece com o que é falado. Ele quer construir uma linguagem do pensamento puro que não está vinculado com a linguagem cotidiana. Com isso, ele usa apenas o que essencial nos conceitos, evitando a linguagem retórica.
Fonte:Material didático elaborado pelos professores Claudia Murta e Mauricio Fernandes/Sead - UFES .Disciplina de Filosofia da Ciência no quarto período de 2016.
A REVOLUÇÃO CARTESIANA
Semana 4
René Descartes é um dos expoentes da filosofia moderna a lançar novos olhares sobre o ser humano e o mundo. Ele foi contemporâneo de Galileu e Pascal que, no mesmo período, tiveram um grande destaque numa época em que a Inquisição ainda atuava com braço forte contra aqueles que se levantassem contra os princípios da Igreja.
O ponto de partida de Descartes é a sua frase muito conhecida: Cogito, ergo sum – Penso, logo sou. Em torno da questão do pensamento, ele se ocupa por refletir o lugar da mente no corpo. Num tempo em que ainda se concebia a separação entre corpo e alma, Descartes percebe que se ele pode pensar, então não pode duvidar de sua existência. Instala-se, assim, a dúvida metódica que passa a ser o portal por onde se faz a reflexão sobre a verdade no mundo. É desprender-se da natureza para compreendê-la e impor-se de modo que o sujeito seja desvelado. Busca-se uma compreensão do corpo humano e o movimento que ele realiza. A discussão de temas como ação voluntária e involuntária, a consciência, o pensamento, os reflexos e as emoções foram contribuições importantes para o campo das neurociências dos quatro séculos seguintes.
A matemática passa a ser o principal caminho que Descartes percorre para chegar ao conhecimento. O modo como o mundo se apresentava não continha a verdade em si. Era preciso buscá-la nas fórmulas matemáticas onde as certezas racionais pudessem trazer uma compreensão das leis fundamentais da natureza. Dentro desse pensamento, ele busca compreender o corpo humano e o seu movimento. O homem é comparado a uma máquina que tem uma ordem harmoniosa que funciona como um grande relógio. Leibniz defendia a ideia do universo como um grande relógio perfeito. Porém, existe uma diferença entre o relógio e o homem. O relógio precisa de uma força motriz exterior para movê-lo, enquanto que o homem tem uma força interior que o move, que é a coisa pensante. Isso é a alma que, embora distinta, compõe a mesma coisa. Por isso, não é possível separar corpo e alma, mas somente distinguir.
Nesses termos, Descartes revoluciona o modo de ver homem. Não existem mais limites para busca do conhecimento. Mas isso também lança novos conceitos sobre o lugar de Deus. Tendo o domínio, o homem começa a ordenar as coisas para alcançar o conhecimento. Deus agora é visto, como Descartes mesmo diz no livro Meditações Metafísicas, “uma substância infinita, eterna, imutável, independente, onisciente, onipotente e pela qual eu próprio e todas as coisas que são (se é verdade que há coisas que existem) forma criadas e produzidas”. Deus é a causa primeira de tudo, inclusive do pensamento. Dele vem todo o conhecimento que agora se desvela no pensamento humano.
Fonte:Material didático elaborado pelos professores Claudia Murta e Mauricio Fernandes/Sead - UFES .Disciplina de Filosofia da Ciência no quarto período de 2016.
O ponto de partida de Descartes é a sua frase muito conhecida: Cogito, ergo sum – Penso, logo sou. Em torno da questão do pensamento, ele se ocupa por refletir o lugar da mente no corpo. Num tempo em que ainda se concebia a separação entre corpo e alma, Descartes percebe que se ele pode pensar, então não pode duvidar de sua existência. Instala-se, assim, a dúvida metódica que passa a ser o portal por onde se faz a reflexão sobre a verdade no mundo. É desprender-se da natureza para compreendê-la e impor-se de modo que o sujeito seja desvelado. Busca-se uma compreensão do corpo humano e o movimento que ele realiza. A discussão de temas como ação voluntária e involuntária, a consciência, o pensamento, os reflexos e as emoções foram contribuições importantes para o campo das neurociências dos quatro séculos seguintes.
A matemática passa a ser o principal caminho que Descartes percorre para chegar ao conhecimento. O modo como o mundo se apresentava não continha a verdade em si. Era preciso buscá-la nas fórmulas matemáticas onde as certezas racionais pudessem trazer uma compreensão das leis fundamentais da natureza. Dentro desse pensamento, ele busca compreender o corpo humano e o seu movimento. O homem é comparado a uma máquina que tem uma ordem harmoniosa que funciona como um grande relógio. Leibniz defendia a ideia do universo como um grande relógio perfeito. Porém, existe uma diferença entre o relógio e o homem. O relógio precisa de uma força motriz exterior para movê-lo, enquanto que o homem tem uma força interior que o move, que é a coisa pensante. Isso é a alma que, embora distinta, compõe a mesma coisa. Por isso, não é possível separar corpo e alma, mas somente distinguir.
Quando ele se põe a pensar sobre a existência, Descartes conclui que, ao contrário dos gregos e escolásticos, as coisas não existem meramente por existir. Descartes institui a dúvida onde afirma que só se pode dizer que existe aquilo que pode ser provado. É por isso que ele busca provar a existência do eu através de quatro regras:
Verificar as evidências reais do fenômeno a ser estudado.
Analisar as coisas de modo a dividi-las ao máximo em unidades mais simples e estuda-las.
Sintetizar as unidades estudadas num todo verdadeiro.
Enumerar as conclusões e princípios estudados para manter a ordem do pensamento.
Fonte:Material didático elaborado pelos professores Claudia Murta e Mauricio Fernandes/Sead - UFES .Disciplina de Filosofia da Ciência no quarto período de 2016.
A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA
Houve uma mudança no modo de ver o mundo e o homem a partir de nomes como Nicolau Copérnico, Kepler, Galileu, por exemplo. Estes são os expoentes de uma nova forma de pensar a realidade: do teocentrismo para o antropocentrismo e do geocentrismo para o heliocentrismo. O desenvolvimento da ciência e do pensamento moderno levaram a desacreditar o cosmos como era conhecido até então e que, por conseguinte, passa a ser concebido a partir de formulações geométricas. Os conceitos matemáticos de Galileu inauguram uma nova ordem de pensamento que desestabiliza o lugar que o homem ocupou até então. Ficam abalados todos os conceitos que Platão e Aristóteles deixaram como fundamentos da existência humana. Era um mundo imutável, estático que tinha o seu referencial no campo metafísico das formas perfeitas.
Porém, com esses novos conceitos, tudo podia ser calculado por números, inclusive as pessoas. A contemplação foi substituída pela dominação do meio. Isso vai trazer consequências muito drásticas na forma como o homem é visto. A revolução científica será o momento em que grandes as transformações irão alcançar o homem numa proporção nunca vista. Da segunda metade do século XIX até os nossos dias o comportamento da humanidade gerou grandes mudanças. Assim como a Terra ocupou um lugar na periferia do Universo, o próprio homem também foi levado junto com esse reposicionamento. A inauguração de novas leis que regem a Terra e o universo levantam grandes crises que as teorias aristotélicas haviam ocupado por séculos. Aconteceu uma mudança de paradigmas onde a matemática dá os rumos. O mundo é submetido à lógica.
Conceitos matemáticos de Galileu inauguram uma nova ordem de pensamento que desestabiliza o lugar que o homem ocupou até então. Ficam abalados todos os conceitos que Platão e Aristóteles deixaram como fundamentos da existência humana. Era um mundo imutável, estático que tinha o seu referencial no campo metafísico das formas perfeitas.
Fonte:Material didático elaborado pelos professores Claudia Murta e Mauricio Fernandes/Sead - UFES .Disciplina de Filosofia da Ciência no quarto período de 2016.
METAFÍSICA E LÓGICA
Semana 2
"Todo homem tem por natureza o desejo de conhecer”.
Essa frase nos revela uma característica natural de muitas espécies de animais. Tendem a não querem ficar presos e, assim, buscam ampliar os seus limites de vivência.
Esse instinto também está dentro de nós, só que de uma forma muito mais elaborada porque somos dotados da razão. Para Aristóteles, existem cinco níveis de conhecimento. Começamos com os cinco sentidos (visão, tato, paladar, audição e olfato) e depois vem a memória, a experiência, a arte e a ciência. Essas três últimas características nos diferencia das demais espécies vivas. Somos capazes de elaborar um pensamento que reflete a realidade; buscamos o princípio e as causas das coisas. Isso nos leva para um patamar mais elevado do que os animais pelo fato de termos a arte e a ciência.
A questão que se coloca neste ponto é “o que queremos conhecer?” Podemos adquirir o conhecimento que aponta para o conhecimento da verdade, da justiça, como também podemos optar pelo caminho daquilo que engana e favorece somente uma parte. De todas as formas temos o conhecimento. Entretanto, a diferença está na consequência deste conhecer: ele promove o bem ou o mal? Aqui cabe aquela distinção entre o que é sabedoria e o que é astúcia. O conhecimento pode nos levar para os dois caminhos. Mas o meio e a educação que recebemos devem nos conduzir na direção do conhecimento que promove o bem. A sabedoria nasce da admiração que leva à compreensão. Quando conhecemos as causas das coisas temos a noção dos princípios primeiros e últimos de tudo o que existe. Deve ser um saber desinteressado e que promova o bem.
“O mesmo atributo não pode, ao mesmo tempo, pertencer e não pertencer ao mesmo sujeito com relação à mesma coisa” [1005 b 19-21].
Fonte:Material didático elaborado pelos professores Claudia Murta e Mauricio Fernandes/Sead - UFES .Disciplina de Filosofia da Ciência no quarto período de 2016.
DIFERENÇAS ENTRE FÍSICA E METAFÍSICA VEM ARISTÓTELES
Semana 1
Aristóteles foi um dos filósofos que inaugurou um novo modo de entender a diferença entre Física e Metafísica. Foi uma visão que determinou a tradição filosófica no ocidente, passando pela Idade Média e chegando até o Renascimento. Nesse momento Galileu e Newton lançaram novas luzes sobre as definições aristotélicas, onde a Physis representa o movimento e a mudança que as coisas tem em si mesmas. Estas são as causas naturais que respondem ao movimento de acordo com aquilo que elas realmente são. É o caso do exemplo do broto de feijão que, ao nascer, tem um movimento próprio, natural, automóvel.
Também existem as coisas artificiais que respondem aos movimentos de acordo com aquilo a partir do qual foram feitos. É o exemplo do vaso de barro que, para chegar a ser o que é, precisa das mãos do oleiro. O barro por si só não chega a se tornar um vaso. Precisa de um agente exterior.Aristóteles tem uma preocupação com a composição das coisas, com os entes. Ele herda uma série de tradições de pensadores anteriores. São duas as tradições que ele recebe:
1. O mundo das ideias de Platão e,
2. O mundo dos fisiólogos que observavam o físico (fogo, água, terra, ar).
Todos eles estavam em busca dos princípios. Estes são os dois mundos onde não se pode falar somente da matéria. É preciso também falar da forma. A causa material também precisa ter a causa formal, a da mente. Assim, o que Aristóteles quer é sintetizar as duas correntes. Com as teses platônicas das ideias e as observações dos fisiólogos, ele chega às quatro causas do movimento, tomando como exemplo o barro.
1º. Causa material: o barro.
2º. Causa eficiente: a mão do artesão.
3º. Causa formal: ideia do artesão através do barro que aparece no moldar.
4º. Causa final: para que serve o objeto.
Essas são as causas físicas dentro do processo do movimento.
Já a Metafísica aristotélica se preocupa com as formas do ser. Estas formas se dividem em duas categorias: a substância e os acidentes. A substância é composta pela matéria e pela forma que é universal. Já os acidentes são o lugar, o tempo, a ação, etc.
Dentro dessa concepção de Aristóteles, ao investigar as causas ele parte do sensível para o suprassensível. Ele entende que o conhecimento do suprassensível é sempre maior do que o sensível. A metafísica sempre será o conhecimento daquilo que não está no plano físico. Assim, aquilo que vem antes de toda a existência é o que faz com que tudo exista. É o suprassensível da substância como o primeiro princípio: “uma causa não causada que é a causa de tudo”.
A contribuição de Aristóteles para o pensamento ocidental está no exercício de buscar a causa eficiente das coisas. Ele foi um grande observador das coisas. Estabeleceu um método que permitiu o conhecimento ordenado através da observação da natureza. O pensamento científico de hoje tem em Aristóteles uma inspiração no modo de pensar, pesquisar e trabalhar onde não cabem contradições. É baseado numa forma lógica de onde a ciência de nosso tempo se inspirou para emitir os seus conceitos.
Fonte: Material didático elaborado pelos professores Claudia Murta e Mauricio Fernandes /Sead - UFES Disciplina Filosofia da Ciência no quarto período 2016.
O que é Filosofia? O que é Ciência?
A filosofia sempre fez refletir a nossa existência numa dimensão ampla. Ela tem dentro de seu contexto todas das demais ciências que lidam com o saber, contribuindo, assim, para a validade de seus conceitos. Aristóteles entendia que existe uma ciência única que trata de todas as formas de conhecimento que é a ciência do Ser enquanto Ser. Os filósofos pré-socráticos já se preocupavam com a existência desse ser dentro da realidade. Platão já dizia que a filosofia é a busca pela unidade, pela essência e pelo eterno.
Dentro da filosofia caminha a ciência com todo o seu aparato de informações, pesquisa e, provas que buscam a exatidão das coisas. Ela trouxe a mudança de paradigmas para dentro de nossa era contemporânea. Mas também foi por meio dela que os primeiros cientistas e pensadores apresentaram seus conceitos que inauguraram uma nova forma de ver a realidade.
A existência humana torna-se o palco de pesquisa através do pensamento. E essa existência vem acompanhada da pergunta: “Será que tudo o que é possível, é apropriado a tornar-se real? ” É nesse ponto que a filosofia irá trazer a sua colaboração.
Fonte: Material didático elaborado pelos professores Claudia Murta e Mauricio Fernandes /Sead - UFES Disciplina Filosofia da Ciência no quarto período 2016.
segunda-feira, 18 de abril de 2016
PLANO DE AULA
PLANO DE AULA
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Escola
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EEEFM. José Pinto Coelho – Santa Teresa | |
Série/Turma
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1º ano
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Área de Conhecimento
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Razão
Prática
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Componente curricular
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FILOSOFIA
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Professor (a)
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Nivaldo
Geik Volz
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Carga Horária
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Aula de 50 minutos
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Ementa: Introdução aos estudos filosóficos:
conceito de filosofia, principais fases de sua história e os problemas que a
determinaram, sua importância para se entender os fundamentos do conhecimento
humano.
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Título da aula: A virtude da razão prática
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CONTEÚDO
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HABILIDADE
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COMPETÊNCIA
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Conceitos:
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Comuns:
-
Compreensão da noção de virtudes;
-
Analisar a realidade e perceber a necessidade da justa medida;
-
Habilidade de articular o pensamento de forma racional.
-
Pesquisar, ler, interpretar e contextualizar textos da tradição filosófica em
vista de uma produção crítica, pessoal e/ou coletiva.
Específicas:
- Valorizar
a autonomia de pensamento.
-
Dialogar com diferentes conceitos filosóficos;
-
Sintetizar conteúdos e contextualizar para dentro da realidade;
-
Analisar a função da reta razão que determina a justa proporção entre os
excessos das emoções.
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O
ensino da Filosofia no Ensino Médio deverá trazer as seguintes capacidades ao
educando:
Comuns:
-
Identificar a importância do exercício da razão;
-
Pensar de forma autônoma, com inovação, postura crítica e compromissada.
-
Perceber as noções principais da razão em Aristóteles e nos tempos atuais.
-
Vivência do exercício filosófico que contempla a pluralidade de conceitos
entre os textos clássicos e contemporâneos.
Específicas:
-
Saber deliberar bem acerca do que é bom e conveniente para si e para a
sociedade.
-
Exercer as virtudes morais: coragem, temperança, generosidade, justiça, polidez,
pudor, cortesia.
-
Alcançar a razão como aquela que põe a justa medida entre dois excessos.
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METODOLOGIA
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Aula
expositiva, trazendo para discussão os pontos apresentados no conteúdo e
apresentando slides do site: http://slideplayer.com.br/slide/335754/
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AVALIAÇÃO
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- Participação nas discussões em sala de aula em forma de
seminários.
- Prova
dissertativa tomando como ponto de partida alguns tópicos do conteúdo.
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REFERÊNCIA
BIBLIOGRÁFICA
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ARISTÓTELES.
Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
BERTI,
Enrico. As razões de Aristóteles. Trad. de Dion Davi Macedo. São Paulo:
Edições Loyola, 1998.
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VOLUNTÁRIO E O INVOLUNTÁRIO
VOLUNTÁRIO E O INVOLUNTÁRIO HARMONIA ENTRE INCLINAÇÃO E A RAZÃO PRÁTICA
·
A racionalização do desejo.
Neste contexto Aristóteles
apresenta de que modo nossos desejos torna ser um desejo bom ou um desejo
racional; e apresenta um critério que investiga casos que são paralelos como involuntário
ou voluntário: Aristóteles quer dizer com desejo racional podemos neste termo
dois significados: como forma geral, de princípio que impele um ser vivo a uma
ação; e o segundo restrito, como de apetite sensível, onde o desejo é (o
apetite do que é agradável).
O homem como um ser racional, é de forma direta
responsável por todos os seus atos, ou seja, o ato em sua origem no interior do
agente, que conhece as circunstâncias particulares que o ato determina, sobre a
ação praticada, seja uma boa ação, ou seja, uma má
ação. Podemos colocar que uma
particularidade faz com que o homem, mesmo consciente de uma ação boa, age de
forma distinta, até contra seus princípios. Podendo até ser arrastado pelo
paralelo como uma paixão, levando a ser perder a razão, (pois a razão que define a maneira pelo que o desejo
consistir em ser realizado). Embora
acreditando que sua intenção seja boa para si, pode ter sua realização modificada.
· A ação responsável e a responsabilidade indireta do caráter.
A formação do caráter no homem, pensada por Aristóteles, como a
progressiva racionalização, ou seja, um procedimento
de teor defensivo através do qual demonstra uma explicação plausível, ou
moralmente aprovável do desejo, que através da educação
de um comportamento, ligada a deliberação, que é a função própria da razão.
Podemos considerar o
caráter do homem por suas escolhas, pelo elemento empregado no qual ele age, e
não pelo próprio ato. Entendemos que esta ligada em ocorrência de que uma ação poderá
ser involuntária, uma vez praticada por coação, mas ninguém opta
involuntariamente, aponta Aristóteles no livro II (Ética Eudemia).
“A declaração e aparentemente surpreendente, pois parece entrar em
conflito com a tese de que só deliberamos sobre os meios, ao passo que os fins
das ações são postos pelo desejo”. Porem, isso é só uma parte da verdade. Com
efeito, é exato afirmar que os fins se dão a mim com base em minha educação e
em função de minha natureza prática, porém, as duas dependem dos atos que pratico.
Ao determinar diretamente
minhas ações, eu determino também indiretamente minhas disposições, as quais
determinam minha natureza prática. É a natureza prática que condiciona o
surgimento dos desejos no agente. “Logo, indiretamente, o homem se torna
responsável da natureza de seus desejos, de seu caráter e de suas ações e
realizações.”
Podemos dizer segundo colocação Aristotélica, ainda
que o ser não tenha responsabilidade sobre suas ações, considerando que os fins
são postos pelas emoções, é satisfatório que o ser delibere sobre os elementos
que conduzem a execução do fim, para que ele venha ser diretamente responsável
por suas ações.
Fonte:Material didático elaborado pela Professora Barbara Botter para a disciplina Ética 2 UFES - 2016.
domingo, 17 de abril de 2016
A TENDÊNCIA NÃO CORRETA AO FIM: O MAL MORAL
A TENDÊNCIA NÃO CORRETA AO FIM: O MAL
MORAL
Aristóteles
entende que a pessoa que não apreendeu os valores e a maturidade ética é
denominada como analfabeto moral. Ele define cinco perfis de pessoas viciosas.
1.
Alokastos: É a busca pelo prazer no desejo do agradável. Depois vem o
arrependimento por deixar-se arrastar pelo prazer. É o caso das crianças que
são levadas pelo desejo do agradável.
2.
Malakos: Aquele que busca fugir da dor a todo custo, evitando-a ao máximo.
Quando não resiste às tentações, o homem torna-se mole e voluptuoso.
3.
Theriotes: É aquela pessoa que foge dos padrões humanos, tornando-se
monstruoso. É o oposto ao ente divino.
4.
Acrasia: É a fraqueza da vontade. Mesmo conhecendo aquilo que é o bem, comete o
que mal. Isso vem em consequência de uma paixão arrebatadora e irresistível:
enquanto desejam uma coisa, realmente querem outras. São pessoas fracas de vontade.
Sabem o que é o bem, mas são tomadas por impulsos que as faz cometer coisas
erradas. É como a cidade que tem todas as suas leis para funcionar bem, mas não
usa elas.
5.
Kakos: o vicioso satisfeito e em paz consigo mesmo. É aquela pessoa que
adquiriu um hábito ruim de forma voluntária e que se tornou um hábito vicioso.
Aqui
temos uma melhor distinção entre o que é vicioso e virtuoso.
Virtude: A
pessoa virtuosa é aquela que vai tender sempre para o fim bom e, mediante a
deliberação, vai atingi-lo da melhor forma. É quando o raciocínio prático é
verdadeiro e o desejo é correto. É a marca das virtudes éticas que buscam o bem
como fim último.
Tendo
claro essa compreensão de virtude, sabe-se distinguir bem o vicioso (o
malvado). Essa distinção virá pela sabedoria prática da razão.
Vício: Aristóteles diz que
a pessoa viciosa delibera corretamente tendo em vista um fim errado. A sua capacidade
não pode ser considerada sabedoria, mas simples astúcia. O desejo dessa pessoa
é totalmente desequilibrado e irracional. A vontade não é submetida à
deliberação e fica somente na esfera dos desejos.
O
desejo pode ser bom ou ruim. Quem vai definir se o desejo é bom é a submissão
do desejo às convenções aceitas pela Pólis, pela família e pela instituição.
Mas as regras sozinhas não resolvem tudo. Aqui a razão prática vai dizer o que
é virtude e o que é vício.
A pessoa
agirá de acordo com o ambiente em que foi criado, sendo moldado pelo meio.
Aristóteles vê o malvado como aquele que não teve uma boa educação e não
aprendeu as normas. O kakos acha que
está fazendo o bem pelo fato de ter aprendido errado. O perverso fica numa
confusão mental que não lhe deixa distinguir o bem do mal.
O
desejo do homem malvado é uma tendência contra a natureza, fruto de uma
educação desgovernada e de uma perversão da mente. O malvado é uma pessoa sem
discernimento e, se o tivesse, funcionaria de forma errada.
Todos,
bons e maus, agem tendo em vista o que acham bom para elas. Mas somente o homem
bom aspira o que verdadeiramente bom. O vicioso não conhece o fim realmente
bom. Vive numa confusão moral.
Aristóteles
vê o malvado como um homem ordinário e comum, e não demoníaco ou monstruoso. O
que lhe falta é refletir o pensamento, o que o leva a atitudes que não consegue
distinguir. Sendo um homem comum, ele é responsável por querer tornar-se
moralmente doente ou por querer manter a saúde ética. O kakos não sabe o que é realmente bom, mas ele é responsável pela
perversão do seu estado mental.
A
ignorância do vicioso é o fruto da negligência e por essa negligência ele
merece ser censurado. Mas, de outra parte, nem tudo aquilo que é resultado da
ignorância é punido, nem tudo é perdoado. O kakos
age injustamente com a firme persuasão de que está agindo bem, sem provar
arrependimento. As pessoas que não tem arrependimento não têm cura.
O
perverso age em harmonia consigo mesmo. Nisso ele se assemelha com o virtuoso:
os dois agem voluntariamente, com prazer e em harmonia consigo mesmo. A
diferença está no resultado final de suas ações. Não é só querer desejar, mas é
preciso fazê-lo de forma humana, isto é, moral, que buscam fins bons
direcionados pela razão prática.
Fonte: Material didático elaborado pela Professora Barbara Botter para a disciplina Ética 2 UFES - 2016.
VIRTUDE DA RAZÃO PRATICA
VIRTUDE DA RAZÃO PRATICA
Aristóteles apresenta uma
investigação e uma forma ampla e profunda aquilo que se diferencia uma virtude
moral de outras tendências naturais
que levam alguém a fazer algo por um ato mecânico sem medir uma consequência
posterior, com isso ele determina que seja necessário
na conduta, o agir sem excesso, agir com firmeza levando em conta a situação
concreta do Homem, um ser que está acima, que não é definido apenas pela razão.
Onde neste meio-termo se encaixa como se deve entender, que é especificamente
por uma virtude moral, que se descreve como um “atributo do que se encontra em conformidade com aquilo que se considera
correto; que está de acordo com preceitos e regras que governam suas ações,
segundo a justiça e a equidade natural, honestidade”, ou seja, buscando um equilíbrio,
reconhecer sua forma especifica, pois em suas ações surgem fatores que podem surgir
como em si mesmo como vícios, que tendem se levar por atos perversos paralelos
a conduta, como inveja, imprudência; podemos classificar como emoções excessos.
Mas na virtude se
busca uma harmonia, um objetivo sem excesso, um alvo a ser alcançado, onde a
essência da virtude e moral é determinada por um principio racional, ou seja,
um começo, o que ocorre ou existe primeiro que os demais; o início de uma ação
ou processo. Que dotado de razão, o ser racional homem, que se compreende
segundo a razão, uma capacidade para resolver algo através do raciocínio,
compreender para investigar usando a inteligência de modo abrangente, sendo a
sabedoria prática em harmonia escolhemos meios corretos, sendo executados após
reflexão investigação.
Fonte: material didático elaborado pela Professora Barbara Botter para a disciplina Ética 2 UFES - 2016.
A VIRTUDE ÉTICA
A VIRTUDE ÉTICA
FELICIDADE, VIRTUDE E RAZÃO PRÁTICA
O
filosofo Aristóteles define a felicidade como o bem supremo do homem e fim
último de suas ações (ARISTÓTELES, EM I 2, 1094 a 20).
A
felicidade é o bem supremo e o fim último de nossos desejos e, por
consequência, de nossas ações, pois o alcance da felicidade não é instrumental.
Logo, significa que os outros bens podem se relacionar facilmente numa cadeia
de meios e fins, ao passo que a felicidade não é meio para outro fim superior a
ela.
A
felicidade é única, mas, como a noção de virtude em Platão, inclui um conjunto
de outros componentes.
“Para
ser feliz, o homem não deve apenas satisfazer seus próprios desejos. Seus
desejos devem ser desejos bons. E quem determina o valor do desejo é a razão
prática.” (Botter/Sead – UFES p.3).
Portanto,
Aristóteles, acrescenta que, para que a felicidade seja propriamente humana,
não basta ao homem satisfazer seus próprios anseios, é preciso desejar o bem.
Segundo
o texto disponibilizado, a ética não é uma arte. Ao artesão é suficiente saber
como funciona certo processo, ao passo que ao homem virtuoso, o conhecimento
sem livre escolha e perseverança adianta pouco ou nada.
As
ações virtuosas, pelo contrário, são avaliadas não apenas através da observação
do resultado da ação, mas também mediante a avaliação da intenção do agente.
Bibliografia
ARISTÓTELES:
Ética a Nicômaco. Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural. 1984.
Botter:
Barbara/Sead – UFES. O contexto ético
anterior a Aristóteles e os conceitos – chave da ética aristotélica. Semana 1- 2016.
Botte:
Barbara/Sead – UFES. A virtude Ética.
Semana 2 – 2016.
RODRIGUES, Claudio
Eduardo. Ética Aristotélica: Finalidade, perfeição e comunidade. Disponível em:<http://www.luperciorizzo.com.br>>.
Acesso em 17 abril 2016.
Fonte: Material didático elaborado pela Professora Barbara Botter para a disciplina Ética 2 UFES - 2016.
A ÉTICA ANTES DE ARISTÓTELES
A ÉTICA ANTES DE ARISTÓTELES
O INTELECTUALISMO EXTREMO DE SÓCRATES
O filosofo Platão discípulo de Sócrates, em seus escritos propõe uma concepção
ética própria, relata as principais ideias de seu Mestre Sócrates, conhecido
por não ter deixado nenhum testemunho escrito.
O
filosofo Platão é responsável por ter adotado o conceito de “virtude” no
sentido atribuído hoje ao termo, ou seja, excelência moral. Para Platão, todos
os entes, os animais, mas também os entes artificiais e ainda a cidade,
realizam uma atividade própria deles. Logo o “homem, sua atividade própria que
seja sua atividade, ele pode exercer bem o mal”. Dessa forma se ele exercer bem
sua atividade própria, ele age virtuosamente.
Segundo
o texto estudo e disponibilizado, “Virtude, é antes de tudo, uma forma de
conhecer como realizar da melhor forma certa atividade.”.
Platão
relaciona a ética com o alcance da felicidade. Logo o conceito de felicidade é
relacionado com o conceito de justiça.
ALGUNS CONCEITOS –
CHAVE DA ÉTICA ARISTOTÉLICA
A VIRTUDE
A
virtude é a excelência da tarefa própria de um ente: a capacidade que um ente
tem de realizar uma função da melhor maneira possível. (Botter/Sead – UFES
p.9).
A DOUTRINA DO JUSTO MEIO
De
acordo com o filosofo Aristóteles a felicidade, está ligada à posse da virtude
e a doutrina da virtude é ligada a noção de mediedade[1].
A NOÇÃO DE ESCOLHA DELIBERADA
Segundo
o texto, a noção de deliberação é ligada ao uso da razão na determinação das ações.
Dessa maneira a noção de mediedade é ligada às emoções, a deliberação é o ato
próprio da razão que opera, junto com as emoções, na realização de uma ação
virtuosa.
A NOÇÃO DE DISPOSIÇÃO
O filosofo
“Aristóteles afirma que a virtude moral é a disposição de escolher por
deliberação”. (Botter/Sead – UFES p.10).
Assim
deixa claro que a virtude ética ou moral está ligada à irracionalidade da alma
e essa parte da alma não pode ser ensinada utilizando razões ou demonstrações. É
importante que ela seja educada.
Logo,
educando as emoções e tornando-as moderadas, será possível à razão entrar em
harmonia com a parte emocional da alma, o quer é necessário para agir.
[1]
Mediedade: Aristóteles apresenta, ao estabelecer a diferença específica da
virtude, sua tão conhecida doutrina da mediedade, ao deixar evidente que a
virtude é uma espécie de mediedade, na medida em que visa um meio a, meio este
entre o excesso e a falta.
Fonte: Material didático elaborado pela Professora Barbara Botter para a disciplina Ética 2 UFES - 2016.
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