Semana 6
O conhecimento que temos do mundo está baseado nas experiências que fazemos. Porém, precisamos fazer uma distinção entre o que é uma qualidade primária e o que é uma qualidade secundária.
As qualidades secundárias estão baseadas nas experiências que temos com as coisas ao nosso redor. São as sensações que temos daquilo que é uma propriedade do real. Nesse real está contido o conhecimento científico; é o lugar onde está a realidade primária das coisas. Esse conhecimento é alcançado pelo intelecto que nos dá a conhecer o mundo e compreender os seus movimentos. A partir daí realizam-se as experiências sensoriais que vem a ser o atomismo de onde compreendemos o mundo através do intelecto.
Porém, não podemos reduzir o “ser” à “aparência” da realidade. É nesse ponto que entra a ciência com a sua investigação para compreender a realidade além das aparências, além das nossas mentes e supostamente está fora dela. É a relação entre “realidade” e “aparência”.
A ciência clássica é caracterizada pelo encontro que existe entre o homem e a natureza. Nesse encontro a matemática buscou a representação da natureza como um conjunto de leis que estão dentro de uma ordem regular. As descobertas científicas conferem um novo sentido e descobrem a linguagem desta natureza. Esta linguagem se dá numa estrutura que está ordenada de forma regular como num relógio. Essa natureza tem leis que seguem regras matemáticas numa ordenação que se dá em dois pontos: programação (tempo) e regulação (movimento). Esse teria sido o princípio que norteou a Criação Divina e que foi implementado nas máquinas inventadas pelo homem.
Neste ponto, as qualidades secundárias são vistas como o efeito dos nossos sentidos em relação àquilo que é primário. Por primário entende-se o que é inerente aos corpos físicos como número, tamanho, movimento ou repouso. É aquilo que não pode ser separado do objeto pelo nosso pensamento. Já as qualidades secundárias provêm das experiências que temos com as qualidades primárias, como cor, som, sabor, sensação... Galileu vê essas qualidades apenas como nomes que, além da experiência sensorial ou mental, não dizem nada. Existem somente no corpo que o sente. Por esse motivo, não podem figurar no domínio matemático da natureza. Somente as qualidades primárias permanecem, mesmo que o homem deixe de existir. É o mundo real que continua existindo fora do homem e que, matematicamente, segue seu curso independente de nossos sentidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário