Histórico
da democracia na antiguidade grega
Nosso percurso pela antiguidade começa com o histórico que permitiu a Atenas ser um centro irradiador de pensamento político. As primeiras cidades teriam surgido na Jônia, nos séculos VIII e VII a.C. Elas preparam o terreno para o pensamento pré-socrático, entre os séculos VII a.C.
A invenção da moeda foi um dos fatores para essa passagem.
Assim como outros fatores como o fator cultural foi à lei escrita, que permitiu
a mudança das leis conforme os ventos aristocráticos de quem se colocava
especialmente ungido para a função de mando.
Atenas foi uma cidade especial. Sólon, em 594 a. C., faz
reformas políticas que permite a todos os cidadãos atenienses participarem da
assembléia, deliberando sobre o futuro da cidade e elegendo os funcionários do
Estado.
A
figura dos “sofistas”
Partindo da compreensão cronológica, vistos serem
anteriores aos filósofos clássicos, e pelo fato atualíssimo de contribuírem
para compreender os limites e possibilidades da democracia tout court.
Sophos
e
sophistes foram sinônimos e apontavam
para os “sábios” ou os “professores de sabedoria”, sem que inicialmente
houvesse um caráter pejorativo. A sofistica seria um movimento difuso e
diverso, ainda que com afinidade de idéias e modos de vida. Segundo o autor
Almeida, os sofistas vieram de varias cidades-estado – Protágoras, de Abdera;
Górgias, de Leontinos; Trasímaco, de Calcedônia; Hípias, de Elide; (ALMEIDA,
2001,51). Logo esses professores itinerantes e não-nobres migraram por fim para
Atenas. Como professores que precisam de pagamento para sobreviver em Atenas,
eles vendiam seu saber. A técnica ensinada por esses profissionais era o uso da
retórica. A técnica lingüística da retórica, trazida pelos sofistas, caiu
naquele momento como uma luva ante um contexto de democracia.
O
mito e discurso de Protágoras
A pesar da desvalorização da sofistica pela filosofia
clássica grega, a retomada do pensamento sofistico passa pelos diálogos de
Platão, cujo protagonista era Sócrates personagem literário e não o homem histórico.
Um texto modelar dessa retomada platônica da figura dos sofistas foi à obra
intitulada “Protágoras” (320-328C.). Platão aponta a riqueza do pensamento de
Protágoras e por tabela, as linhas gerais de uma possível filosofia da
democracia contrapostas à sofocracia.
Nela há um mito relatado por Protágoras em que discute a
questão do ensino da virtude. A controvérsia entre Sócrates e Protágoras se
escora na possibilidade de se ensinar a virtude.
Segundo o texto, Sócrates no livro VII de “A República”,
entendia a sabedoria como uma excelência moral, um dom natural da alma a ser
cultivado.
O texto mostra que, o mito de Protágoras é uma boa
polarização teórica ao Livro VI de “A República”.Os dois textos começam com uma alegoria, onde a
linguagem figurada será traduzida numa linguagem analítico-conceitual.
Conforme o texto disponibilizado as competências
técnicas-cientificas é uma nomenclatura atual que possui o mesmo significado da
expressão grega em tekhnei einai,
defendida por Sócrates em 319C 7-8. A divisão social do trabalho se espelha
numa hierarquização social como conseqüência da especialização de saberes
“padeiro não é sapateiro ou ferreiro, e cada um recebe um valor social por sua
atuação profissional.
Fonte: Material didático
elaborado pelo professor Marcelo Martins Barreira para a disciplina Filosofia
Política II da UFES no segundo período de 2015.
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