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DIFERENÇAS ENTRE FÍSICA E METAFÍSICA EM ARISTÓTELES




Semana 1

Aristóteles foi um dos filósofos que inaugurou um novo modo de entender a diferença entre Física e Metafísica. Foi uma visão que determinou a tradição filosófica no ocidente, passando pela Idade Média e chegando até o Renascimento. Nesse momento Galileu e Newton lançaram novas luzes sobre as definições aristotélicas, onde a Physis representa o movimento e a mudança que as coisas tem em si mesmas. Estas são as causas naturais que respondem ao movimento de acordo com aquilo que elas realmente são. É o caso do exemplo do broto de feijão que, ao nascer, tem um movimento próprio, natural, automóvel.

Também existem as coisas artificiais que respondem aos movimentos de acordo com aquilo a partir do qual foram feitos. É o exemplo do vaso de barro que, para chegar a ser o que é, precisa das mãos do oleiro. O barro por si só não chega a se tornar um vaso. Precisa de um agente exterior.
Aristóteles tem uma preocupação com a
composição das coisas, com os entes. Ele herda uma série de tradições de pensadores anteriores. São duas as tradições que ele recebe: 

1. O mundo das ideias de Platão.

2. O mundo dos fisiólogos que observavam o físico (fogo, água, terra, ar).

Todos eles estavam em busca dos princípios. Estes são os dois mundos onde não se pode falar somente da matéria. É preciso também falar da forma. A causa material também precisa ter a causa formal, a da mente. Assim, o que Aristóteles quer é sintetizar as duas correntes. Com as teses platônicas das ideias e as observações dos fisiólogos, ele chega às quatro causas do movimento, tomando como exemplo o barro.

1º. Causa material: o barro.

2º. Causa eficiente: a mão do artesão.

3º. Causa formal: ideia do artesão através do barro que aparece no moldar.

4º. Causa final: para que serve o objeto.

Essas são as causas físicas dentro do processo do movimento.

Já a Metafísica aristotélica se preocupa com as formas do ser. Estas formas se dividem em duas categorias: a substância e os acidentes. A substância é composta pela matéria e pela forma que é universal. Já os acidentes são o lugar, o tempo, a ação, etc.
Dentro dessa concepção de Aristóteles, ao investigar as causas ele parte do sensível para o suprassensível. Ele entende que o conhecimento do suprassensível é sempre maior do que o sensível. A metafísica sempre será o conhecimento daquilo que não está no plano físico. Assim, aquilo que vem antes de toda a existência é o que faz com que tudo exista. É o suprassensível da substância como o primeiro princípio: “uma causa não causada que é a causa de tudo”.

A contribuição de Aristóteles para o pensamento ocidental está no exercício de buscar a causa eficiente das coisas. Ele foi um grande observador das coisas. Estabeleceu um método que permitiu o conhecimento ordenado através da observação da natureza. O pensamento científico de hoje tem em Aristóteles uma inspiração no modo de pensar, pesquisar e trabalhar onde não cabem contradições. É baseado numa forma lógica de onde a ciência de nosso tempo se inspirou para emitir os seus conceitos.


Fonte: Material didático elaborado pelos professores Claudia Murta e Mauricio Fernandes /Sead - UFES Disciplina Filosofia da Ciência no quarto período 2016.

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